Nos últimos dias, nosso país foi abalado por tragédias que escancararam, mais uma vez, a brutalidade da violência contra meninas e mulheres. Vitória Regina Souza e Emilly Azevedo Sena tiveram suas vidas ceifadas de forma cruel e inaceitável. Meninas com sonhos, planos e um futuro pela frente foram vítimas de um sistema falho, de uma sociedade que ainda não conseguiu – ou não quer – protegê-las.
Não há palavras que possam descrever a dor de uma mãe que precisa enterrar sua filha, vítima de um crime bárbaro. Ana Paula, mãe de Emilly, hoje carrega um luto que nenhuma mãe deveria suportar. O sofrimento dela e de tantas outras famílias precisa ser um chamado à ação. Não podemos mais aceitar que essas tragédias se tornem apenas estatísticas frias. Não podemos mais permitir que a violência contra mulheres e meninas seja normalizada, banalizada ou esquecida.
A morte de Vitória também escancara essa dura realidade. O que aconteceu com ela e com Emilly não são casos isolados, são o reflexo de um país que ainda falha em proteger suas cidadãs. Elas foram vítimas não apenas de seus agressores, mas de uma estrutura que perpetua a impunidade e a violência de forma sistemática.
Justiça não pode ser exceção, tem que ser regra!
Como vereadora, minha missão não se resume à política; ela é um compromisso inegociável com a justiça e a proteção da vida. E justiça, neste momento, é o que mais falta. Justiça para Emilly. Justiça para Vitória. Justiça para todas as mulheres e meninas que diariamente são vítimas de violência e encontram um sistema lento e ineficaz.
Não podemos mais tolerar que agressores cruéis tenham a chance de voltar a conviver em sociedade. A revisão das penas, o fortalecimento das leis de proteção e a reavaliação do nosso sistema penal são urgências inadiáveis. A impunidade é um combustível para novos crimes – e isso precisa acabar!
Chega de luto, é hora de luta!
A sociedade precisa reagir. Não podemos nos limitar a lamentar as vidas que perdemos. Precisamos agir para evitar que novas tragédias aconteçam. Isso significa endurecer as penas para agressores, garantir a aplicação rigorosa da lei e investir na prevenção de forma contínua e sistematizada. Significa exigir das autoridades mais compromisso e ação efetiva no combate à violência contra meninas e mulheres.
Cada dia de inércia custa vidas. Não podemos permitir que outras meninas, como Vitória e Emilly, sejam vítimas de um sistema falho e de uma sociedade conivente com a impunidade. O Brasil não pode mais esperar!
O momento de mudar é agora. E essa mudança exige coragem, mobilização e pressão social. A luta é por elas, por todas as meninas e mulheres que precisam de um país mais seguro e mais justo. Não há tempo a perder!
Maysa Leão é vereadora, vice-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, mestre em Marketing e Inteligência Artificial, empresária, educadora digital e ativista pela inclusão e erradicação da violência contra crianças e mulheres.
