Conteúdo/ODOC - A senadora Margareth Buzetti (PSD) usou suas redes sociais nesta terça-feira (22) para criticar novamente o uso do voto secreto por deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) durante a análise de vetos do Executivo. A parlamentar questionou a falta de transparência na votação, especialmente em temas que afetam diretamente a sociedade.
“No Senado e na Câmara, as únicas votações secretas são para autoridades (o que eu acho um absurdo). Por que, em algumas Assembleias Legislativas, como a nossa de Mato Grosso, ainda existe votação secreta para projetos que afetam a vida de todo mundo? A quem interessa o voto secreto? Deixe sua opinião nos comentários”, publicou Buzetti em seu perfil no Instagram.
A crítica acontece em meio à polêmica envolvendo a derrubada de um veto do governador Mauro Mendes (União) na ALMT, ocorrida em sessão recente marcada pelo sigilo dos votos. Na ocasião, 13 deputados votaram pela rejeição do veto a uma proposta que, segundo o Executivo, causaria impacto direto nos cofres públicos e desrespeitaria normas técnicas de execução orçamentária.
O governador reagiu com indignação à decisão da Assembleia, afirmando que “não se pode legislar para agradar a pequenos grupos e comprometer a responsabilidade fiscal do Estado”. Mauro Mendes também criticou o fato de os votos serem secretos, apontando que a população tem o direito de saber como cada parlamentar se posiciona em decisões com impacto coletivo.
Já o presidente da ALMT, deputado Max Russi (PSB), minimizou as críticas e defendeu a autonomia do Legislativo, afirmando que a votação seguiu os trâmites legais e que a escolha pelo voto secreto está prevista no regimento da Casa. “Cada deputado tem o direito de exercer seu mandato com independência. A decisão da maioria deve ser respeitada”, disse Russi à imprensa, após a sessão.
O caso repercutiu também no âmbito municipal. A Câmara de Vereadores de Cuiabá aprovou uma moção de repúdio contra os parlamentares estaduais que votaram pela derrubada do veto. A medida, proposta por vereadores da base do governo estadual, foi uma resposta direta à decisão da Assembleia, considerada um desrespeito à gestão fiscal e à política de responsabilidade com os recursos públicos.