Conteúdo/ODOC - A Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) negou soltar o advogado Jonas Cândido da Silva, alvo da Operação Fair Play, acusado de crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A decisão foi dada durante sessão realizada na tarde desta quarta-feira (12). Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, Marcos Machado.
A operação foi deflagrada em novembro do ano passado contra um suposto grupo criminoso que lavou dinheiro do tráfico, em Cuiabá, por meio da compra de um apartamento de luxo na cidade de Itapema, no litoral de Santa Catarina, avaliado em R$ 1 milhão.
Segundo as investigações, o advogado foi à pessoa designada pelo suposto tesoureiro da organização criminosa, Paulo Witer Faria Paelo, conhecido como WT, para olhar o imóvel, verificar a documentação e autorizar a compra do apartamento.
Jonas Cândido já havia sido preso anteriormente na Operação Apito Final, deflagrada em abril do ano passado, contra um esquema de lavagem de dinheiro do tráfico de drogas fomentado, especialmente, na região do Jardim Florianópolis, em Cuiabá, e orquestrado por WT.
No habeas corpus, a defesa de Jonas Cândido afirmou que a nova prisão teria desrespeitado a decisão da Primeira Câmara, que determinou sua liberdade no âmbito da Apito Final.
No voto, porém, o relator destacou que, na decisão anterior, a prisão foi substituída por medidas cautelares com base nos indícios de que Jonas Cândido teria atuado como "laranja" ao ceder seu nome para ocultar o imóvel. Posteriormente, novas apurações revelaram que ele também participou ativamente da negociação imobiliária, em nome da organização criminosa.
“Visualiza-se uma situação distinta, que afasta a aplicação do mesmo tratamento, especialmente porque ainda se investigam outros atos por ele praticados. Nesse contexto, não se verifica descumprimento do acórdão anterior desta Câmara”, afirmou.