Vinte e três pessoas de cinco famílias venezuelanas estão enfrentando um momento difícil, após perderem suas moradias devido às fortes chuvas que atingiram Várzea Grande ontem (1). Sensibilizada, a prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), visitou os desabrigados na manhã deste domingo (2), compartilhando o café da manhã com eles e verificando se estão recebendo toda a assistência necessária até serem realocados de forma definitiva.
As ruas dos bairros Alameda e Construmat foram alagadas e as águas invadiram casas, forçando essas famílias a deixarem as residências, que foram interditadas pela Defesa Civil municipal. Sem ter para onde ir, as famílias foram acolhidas pelo Poder Público e passaram a noite na Escola Municipal de Educação Básica (EMEB) "Emanuel Correia de Almeida", na Alameda.
"Não vamos medir esforços para ajudar essas famílias a reconstruírem suas vidas. A prefeitura está trabalhando para que tenham um lugar digno para morar e, além disso, vamos buscar soluções para evitar que tragédias como essas voltem a acontecer. Infelizmente, Várzea Grande não possui um programa de aluguel social, mais um descaso das gestões anteriores, mas vamos corrigir isso o mais rápido possível", declarou a prefeita.
O secretário municipal de Assistência Social, Gustavo Henrique Duarte, informou que as mulheres e crianças serão encaminhadas para a Casa de Amparo às Mulheres, enquanto os homens irão para a Casa de Acolhimento "Rogina Marques de Arruda", um abrigo exclusivo para homens. Segundo ele, todos estão recebendo o suporte necessário, com avaliação documental para verificar se possuem Cadastro Único e quais são suas principais necessidades.
"Estamos providenciando roupas, medicamentos e alimentação para que possam se restabelecer. Nas casas temporárias, poderão permanecer até conseguirmos viabilizar uma solução definitiva", explicou.
A assistente social, Mara Thaís de Souza Oliveira, do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) do Cristo Rei, ressaltou que a retirada dessas famílias foi uma medida emergencial devido às condições precárias das moradias. "As casas estavam inabitáveis, e algumas kitnets, onde três famílias viviam foram interditadas. Nosso trabalho agora é garantir que recebam todo o suporte necessário, incluindo a inserção em programas sociais", afirmou.
A tragédia afetou profundamente as famílias atingidas, Adin Del Valle Torres Flores, relata que perdeu tudo e que não houve tempo para salvar os pertences. "Saímos só com documentos e algumas roupas. A Defesa Civil interditou nossa casa, e temos medo de voltar. Se eu não estivesse em casa para ajudar minha esposa, teria sido ainda mais difícil, pois temos crianças pequenas", lamentou.
Sua esposa, Vandri Coromoto Rivas, compartilhou a mesma angústia. "A água subiu muito rápido. Foi assustador. Mas somos gratos pelo apoio que estamos recebendo. Só estou preocupada com meus filhos, pois três estão em idade escolar e as aulas começam amanhã", disse.
Yoelas Del Valle Hernandez Vargas, grávida de cinco meses, também está apreensiva com o futuro. "Estou muito preocupada, mas confio que a prefeitura vai nos ajudar a recomeçar", afirmou.
Elzimar de Jesus Sarilho e seu esposo, Ali Alexander Buriel, também perderam tudo e estão entre os desabrigados. "A água vinha de todos os lados, inclusive pelos ralos da cozinha e do banheiro. Foi desesperador", contou Elzimar. "Tivemos que sair às pressas, sem saber para onde ir e sem conseguir salvar quase nada", complementou Ali.
COMO AJUDAR - Diante da situação, o Cras do Cristo Rei está recebendo doações para essas famílias, que perderam tudo. São necessários alimentos, fraldas, roupas para homens, mulheres e crianças, além de brinquedos e móveis. Os donativos podem ser entregues de segunda a sexta-feira em horário comercial no endereço: Rua Professora Isabel Pinto, 258, bairro Cristo Rei, Várzea Grande.