Conteúdo/ODOC - A moção de aplausos concedida pelo vereador de Cuiabá Jeferson Siqueira (PSD) a Gilmar Machado da Costa, conhecido como "Gilmarzinho", gerou polêmica na Câmara Municipal. O homenageado foi morto em um confronto com a polícia durante uma operação nesta quinta-feira (20). O caso foi criticado pela ala bolsonarista da Casa.
Jeferson afirmou que parlamentares da direita radical estão explorando politicamente a situação, mas se calam diante de homenagens feitas por aliados a figuras controversas. Ele citou moções concedidas pelos irmãos Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) a policiais do Rio de Janeiro ligados a milícias e condenados por crimes.
“Fizeram moção para 16 policiais denunciados pelo Ministério Público por envolvimento com o crime organizado. Eles também erraram. Mas agora querem polemizar sem olhar para quem defendem”, declarou o vereador.
O parlamentar defendeu que a moção foi destinada a moradores do bairro 1º de Março, como parte de uma ação ampla, e que sua equipe consultou mais de 400 pessoas antes de definir os homenageados. Segundo ele, outros vereadores já concederam milhares de moções sem ter conhecimento detalhado sobre todos os destinatários.
A polêmica ganhou força após o vereador Rafael Ranalli (PL) usar a tribuna para criticar Jeferson e exaltar a atuação da polícia. Em suas redes sociais, Ranalli parabenizou os agentes de segurança e afirmou que continuará homenageando policiais por suas ações.
“Vagabundo, Gilmar, que foi homenageado por essa Casa. Menos um vagabundo em Cuiabá. Parabéns aos policiais militares, que serão homenageados aqui”, disse Ranalli.
Jeferson, por sua vez, alegou que a polêmica é uma estratégia para desviar o foco dos problemas da administração municipal e reforçou seu papel como opositor do prefeito Abilio Brunini (PL). “Não venham pra cima de mim para me desqualificar só porque sou da oposição. O debate real é fazer o prefeito trabalhar e sair do computador para pegar na enxada”, concluiu.
A controvérsia em torno de "Gilmarzinho" não é recente. No ano passado, durante sua candidatura à presidência da Câmara, Jeferson foi acusado de ter apoio do crime organizado. O vereador nega qualquer envolvimento e reforça que a homenagem foi concedida a diversos moradores do bairro, sem distinção individual.