Conteúdo/ODOC - "Mataram meu filho, mas também mataram um pedaço de mim". A frase dolorosa é de Iracema Alves, mãe de Ney Müller Alves Pereira, que foi assassinado com um tiro na testa na última quarta-feira (9), em Cuiabá.
O autor do crime é o procurador da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, que está preso e vai responder por homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e em emboscada.
Em entrevista ao programa Cadeia Neles, da TV Vila Real, Iracema contou que Ney foi diagnosticado com transtorno mental ainda na infância. “O tratamento começou quando ele tinha 4 anos. Com o tempo, ele foi internado várias vezes. Em crises, saía pelas ruas e a gente sempre ia atrás, para trazê-lo para casa”, relatou.
Conforme ela, Ney chegou a ficar internado no Hospital Adauto Botelho, em Cuiabá, mas em 2023, fugiu da instituição e ficou cinco meses em São Paulo, onde passou a fazer uso de drogas.
Mesmo com as dificuldades, ela lembra do filho como uma pessoa afetuosa: “Quando estava medicado, era um menino normal, amoroso, vivia comigo e me ajudava”, disse.
A notícia da morte foi um choque para Iracema, especialmente ao ver as imagens do crime. “Não acreditei quando vi as fotos. Um procurador da Assembleia Legislativa. Não podia imaginar que ele era capaz disso. Ver os vídeos dele chamando meu filho antes de atirar foi devastador”, relatou.
Agora, a mãe busca por justiça. “Quero que ele pague pelo que fez. Que a justiça seja feita e que sintam a dor de uma mãe que perdeu um filho de forma tão cruel”, pediu.