MORTE DE ADVOGADO

Empresária suspeita de ser mandante alega problemas e cancela depoimento

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Empresária suspeita de ser mandante alega problemas e cancela depoimento
Julinere Goulart mostrou disposição para colaborar com as investigações, mas recuou da intenção

Conteúdo/ODOC - A empresária Julinere Goulart Bastos, presa como uma das principais suspeitas de ter mandado matar o advogado Renato Nery, de 72 anos, em Cuiabá, alegou problemas psicológicos e cancelou o depoimento que prestaria à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ela e o marido, Cesar Jorge Sechi, foram presos na última sexta-feira (9), em Primavera do Leste (239 km de Cuiabá), onde residiam.

“Essa manifestação contraria a conduta da mesma no momento de sua prisão, ocasião na qual informou que colaboraria com as investigações”, diz trecho do comunicado da Polícia Civil.

O casal é apontado como mandante do crime, que teria sido motivado por uma disputa de terras no estado, envolvendo uma propriedade avaliada em cerca de R$ 30 milhões. As investigações indicam que eles teriam prometido R$ 200 mil para os executores, embora apenas R$ 150 mil tenham sido pagos.

Renato Nery foi baleado na cabeça no dia 5 de julho de 2024, ao sair de seu escritório, localizado na Avenida Fernando Corrêa da Costa. O advogado chegou a ser socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.

Segundo apuração da DHPP, o crime foi planejado durante aproximadamente três meses. Alex Roberto de Queiroz Silva, que seria o autor do disparo, chegou a monitorar os passos da vítima por pelo menos dois meses. Um dia antes do assassinato, ele já havia ido ao escritório de Renato, mas a vítima não apareceu.

O executor Alex agiu com apoio do policial militar Heron Teixeira Pena Vieira, que também foi indiciado. De acordo com o inquérito, Heron contratou Alex a pedido de Jackson Pereira Barbosa, de 39 anos, apontado como elo direto entre os mandantes e os executores.

Ambos — Heron e Alex — foram indiciados por homicídio qualificado, com agravantes por motivo torpe, promessa de recompensa e por dificultar qualquer chance de defesa da vítima. A investigação segue em andamento e novas diligências buscam identificar se outros familiares do casal preso também tiveram participação no crime.

Leia a nota da Polícia Civil na íntegra

A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa de Cuiabá informa que não haverá o interrogatório da mulher presa por envolvimento com o mando do homicídio do advogado Renato Nery, em razão da investigada alegar problemas psicológicos e manifestar o desejo de permanecer em silêncio.

Essa manifestação contraria a conduta da mesma no momento de sua prisão, ocasião na qual informou que colaboraria com as investigações.