TRANSTORNOS

Desabrigados são levados para escola após chuva alagar casas em bairros de Várzea Grande

· 3 minutos de leitura
Desabrigados são levados para escola após chuva alagar casas em bairros de Várzea Grande
Cerca de 20 pessoas tiveram que deixar residências nos bairros Alameda e Construmat nesse sábado [Foto - Secom]

As fortes chuvas que atingiram Várzea Grande, neste sábado (1), causaram alagamentos nos bairros Alameda e Construmat, deixando 20 pessoas desabrigadas. As precipitações, que começaram pela manhã e se estenderam até a tarde, provocaram o transbordamento do córrego que corta as regiões, atingindo pelo menos 50 residências.

Graças a uma ação rápida da secretaria de Viação e Obras e da secretaria de Serviços Públicos e Mobilidade Urbana, que atuaram na desobstrução do canal, a água escoou ao longo da tarde, e ao anoitecer a situação já estava sob controle na maior parte das casas. No entanto, cinco famílias permaneceram desabrigadas, pois a água não escoou completamente de suas residências.

Para garantir a segurança dessas famílias, a Defesa Civil, em conjunto com as secretarias de Assistência Social e Educação, providenciou um abrigo temporário na  Escola Municipal de Educação Básica (EMEB)  ‘Manuel Correia de Almeida’, no bairro Alameda. O transporte das famílias até o local foi realizado com o apoio de um ônibus fornecido pela secretaria de Educação, Cultura, Esportes e Lazer.

A escola foi escolhida justamente por estar próxima das residências atingidas, uma estratégia para fazer com que os mais atingidos aceitassem receber a assistência até que as águas baixem, possibilitando um retorno seguro. Cada família está abrigada em sala de aula.

O secretário de Assistência Social, Gustavo Henrique Duarte, afirmou que todas as famílias estão recebendo suporte adequado. “Estamos garantindo um abrigo seguro, alimentação, roupas, colchões e materiais de higiene, tudo acompanhado por equipe técnica e assistente social. Estou pessoalmente acompanhando o bem-estar dessas famílias e vamos continuar até que elas possam retornar para suas casas ou buscar um novo local”, declarou.

PRECIPITAÇÕES ACIMA DO ESPERADO - O comandante da Guarda Municipal, Juliano Lemos, destacou a intensidade das chuvas. “A previsão era uma chuva de 60 mm a 100 mm, mas com certeza foi mais”, afirmou. Ele também alertou que, caso novas chuvas intensas ocorram no domingo, os córregos podem transbordar novamente, mesmo com a limpeza emergencial realizada neste sábado.

O secretário de Defesa Social, Louriney Santos Silva, ressaltou que a Defesa Civil segue monitorando situações de risco em toda a cidade. “Atualmente, monitoramos 992 residências que ficam em regiões de alagamento em diversos bairros de Várzea Grande. Em caso de emergência, os moradores podem acionar a Defesa Civil pelo telefone 98475-7114 ou a Polícia Militar pelo 190”, informou.

A ação rápida da força-tarefa municipal, que envolveu cerca de 30 servidores, além de maquinários e veículos, evitou maiores estragos e tragédias. Apesar do quantitativo de casas atingidas, não houve registro de nenhum ferimento, ou dano pessoal, apenas bens materiais.

"HERANÇA DO DESCASO"- A prefeita de Várzea Grande, Flávia Moretti (PL), esteve nos bairros Construmat e Alameda para conversar com os moradores e acompanhar os trabalhos de emergência. Para ela, os alagamentos são um reflexo direto da negligência e da falta de investimento adequado das administrações anteriores. 

A gestora também cobrou sua equipe por um plano emergencial e estrutural para acabar com os alagamentos. “Não podemos mais aceitar paliativos. Quero uma solução definitiva para esse problema, e vamos trabalhar para que situações como essas não se repitam”, enfatizou.

O secretário de Viação e Obras, Celso Luis Pereira, também esteve no local e destacou a necessidade urgente de melhorias nos córregos da cidade. “Os córregos precisam ser alargados e receber manilhas maiores para comportar grandes volumes de água. Na segunda-feira, no primeiro horário, nossa equipe fará uma análise de viabilidade para reestruturar o córrego e apresentar uma solução para a prefeita”, explicou.

Segundo ele, mesmo com uma limpeza realizada na semana anterior, o lixo acumulado e o crescimento desordenado da cidade comprometeram o escoamento da água. “Infelizmente, esse córrego foi sendo aterrado ao longo dos anos e não recebeu a atenção necessária. Agora estamos pagando o preço da omissão de gestões passadas, que não fizeram os investimentos necessários. Mas essa realidade vai mudar”, concluiu o secretário.