Conteúdo/ODOC - Imagens de câmeras de segurança revelaram o momento que Suellen de Alencastro Arruda-mãe da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos, brutalmente assassinada em Cuiabá - chega à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Jardim Leblon pelo próprio companheiro, Benedito Anunciação Santana, de 40 anos — apontado como o mentor e um dos executores do crime.
As imagens mostram o momento em que Benedito estaciona uma caminhonete Fiat Toro em frente à UPA, desce do veículo e atravessa a rua para buscar uma cadeira de rodas. Em seguida, Suellen, visivelmente machucada, sai do carro. A caminhonete utilizada é de uso oficial da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), onde Benedito era servidor comissionado até ser exonerado nesta quarta-feira (23), após sua prisão.
Segundo as investigações da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DERF-VA), Benedito planejou o assassinato da companheira e da enteada com a ajuda do próprio filho, Gustavo Benedito, de 18 anos, e dois adolescentes. A adolescente Heloysa foi morta por asfixia mecânica com um cabo USB e teve o corpo ocultado em um poço de três metros de profundidade no bairro Ribeirão do Lipa.
O delegado Guilherme Bertoli, responsável pelo caso, detalhou que o crime inicialmente foi apresentado como um roubo, mas essa hipótese foi rapidamente descartada. “O pai convidou o filho já com a intenção de executar não só a Eloísa, mas também a mãe. Graças a Deus, ela demorou para chegar na residência no horário pretendido”, afirmou.
A brutalidade do crime fez com que o prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), estivesse pessoalmente na UPA, prestando apoio à vítima. “Ela estava toda agredida, os olhos inchados, levou um soco nas costas, no braço, não conseguia andar”, relatou. Segundo ele, Suellen estava em estado de choque e resistia a sair do local onde a filha havia sido sequestrada. “Lá pela 1h da manhã, a gente informou ela. Uma das piores coisas que já passei na minha vida.”
O prefeito também comentou o fato de Benedito ter acompanhado Suellen até o atendimento médico mesmo após já ser suspeito do crime. “Uma coisa que para mim foi muito forte foi que o cara que está preso como suspeito estava lá… Foi levando a mãe na UPA. Não dá para entender”, desabafou.
A investigação aponta que o crime teve motivação passional, marcada por controle e ciúmes. Segundo o delegado Bertoli, Benedito teria articulado a ação após uma discussão com Suellen, que manifestou a intenção de encerrar o relacionamento. “Está nítido que foi pela condição de controle, ciúmes. Foi um crime de ímpeto”, disse.
Os quatro envolvidos — Benedito, seu filho Gustavo e os dois adolescentes de 16 e 17 anos — estão presos. O caso é investigado como feminicídio consumado, roubo majorado e corrupção de menores.