Conteúdo/ODOC - O advogado Pauly Ramiro Ferrari Dorado, de Várzea Grande, é o alvo preso na manhã desta quinta-feira (16) durante a Operação Patrono do Crime, acusado de crimes de organização criminosa, associação para o tráfico, fraude processual, falsidade ideológica, favorecimento pessoal, comércio ilegal de arma de fogo, entre outros.
As investigações, conduzidas pela Delegacia de Apiacás, apontaram que ele é integrante de uma facção criminosa e atuava em diversas frentes, como por exemplo, venda ilegal de armas de fogo.
Além disso, utilizaria das prerrogativas de sua profissão para realizar a consulta de pessoas, a mando da facção, para verificar se pertenciam a outra organização criminosa.
Ele também era responsável pelo resgate de drogas não apreendidas pela Polícia, ou seja, ao perceber que o cerco estava fechando, os integrantes da facção criminosa entravam em contato com o investigado, que atuava como intermediário entre presos e outros integrantes, informando o ponto em que a droga estava escondida, para que fosse retirada do local, por outros integrantes da organização criminosa, antes que o entorpecente fosse descoberto e apreendido em ações das Forças de Segurança.
O investigado também atuava na recuperação de veículos roubados e furtados pela própria facção criminosa, recebendo valores de vítimas para recuperação dos veículos, dentre outros delitos apurados.
Reincidente
Em fevereiro deste ano, o advogado chegou a ser preso em flagrante, ocasião em que tentava entrar na Penitenciária Central do Estado com 1,2 quilos de cigarros, escondidos no forro do paletó, sendo flagrado no momento em que passou pelo scanner corporal.
Em junho de 2023, ele foi encaminhado à Delegacia de Lucas do Rio Verde, após ameaçar um promotor de justiça, durante uma sessão do Tribunal do Júri.
Em uma de suas atuações como advogado, ele arquitetou a gravidez de uma presidiária para conseguir prisão domiciliar, que acabou não deferida pela Justiça e a reeducanda teve o bebê na penitenciária.
Patrono do Crime
A ação também tem como alvos quatro detentos, sendo dois homens e duas mulheres, que cumprem penas na Penitenciária Central do Estado (PCE) e no Presídio Ana Maria do Couto, ambos em Cuiabá. As ordens judiciais, sendo cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão domiciliar, foram expedidas pela Vara Única de Apiacás.
O nome da operação faz alusão à distorção da função constitucional do advogado, que, neste caso, utilizava seu conhecimento jurídico e prerrogativas profissionais não para a defesa do direito, mas para facilitar, proteger e fomentar a atividade criminosa organizada, em frontal violação aos deveres éticos e legais da advocacia.
O cumprimento dos mandados conta com apoio da equipe da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), além dos policiais da Delegacia de Paranaíta, Delegacia de Apiacás e do Núcleo de Inteligência de Alta Floresta. A operação também com o auxílio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco). Os trabalhos são acompanhados pela OAB.
Veja a chegada do advogado na GCCO: