A pesquisa que monitora o nível de endividamento e inadimplência das famílias (Peic) em Cuiabá, realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e analisada pelo Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio Mato Grosso (IPF-MT), encerrou o ano de 2024 refletindo um comportamento positivo, segundo a Fecomércio-MT. O levantamento trouxe uma estabilidade no número de famílias que consomem de forma parcelada e um ligeiro recuo de consumidores com contas em atraso durante o ano.
No mês de dezembro, 86,4% das famílias estavam endividadas na capital do estado, sendo que a maioria (45,7%) disse estar pouco endividada e apenas 6,9% muito endividada. Em comparação ao mês de novembro, a proporção de famílias endividadas apresentou aumento de 1,7 ponto percentual (p.p.), o que pode ser justificado pelo aumento do consumo durante as datas festivas de fim de ano.
O presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, destacou o consumo consciente por parte das famílias cuiabanas, assim como a manutenção no nível de endividamento e a quitação das contas em atraso. “O aumento no consumo no fim de ano ajuda a explicar o crescimento do endividamento das famílias, porém, conseguimos observar ainda que as famílias têm conseguido honrar suas dívidas, que apresentou queda durante o ano”.
Quanto aos principais tipos de dívidas, o cartão de crédito se destaca com 81,5%, seguido dos carnês com 25,9%, financiamento de carro com 5,7% e financiamento de casa com 3,7% de ocorrência. Em seguida, o crédito consignado e o crédito pessoal representam 3,2% e 3,6% das dívidas, respectivamente, além do cheque especial, que apresenta 1,3% dos tipos de dívidas.
A quantidade de famílias com contas em atraso passou de 43.927 em dezembro de 2023 para 38.962 em dezembro de 2024, um recuo de 11,7% no período. Já o número de famílias que disseram não ter condições de quitá-las apresentou uma leve queda na variação mensal, saindo de 11.633 em novembro para 10.810 em dezembro, uma redução de 7,07%, permanecendo com estabilidade durante o ano de 2024.
Para a quitação das dívidas em atraso, 38,6% acreditam quitar parcialmente no próximo mês e 33,6% acham que quitarão totalmente, sendo que 32,5% afirmaram que estão entre 3 e 6 meses comprometidos com dívidas. A média da renda comprometida com dívida ficou em 28,7%, abaixo da margem de 30% que economistas e profissionais do mundo financeiro orientam não ultrapassar.
“A verificação do endividamento e da inadimplência é importante para compreender as tendências de gastos das famílias, e por consequência, do aquecimento econômico, assim como entender se elas estão tendo condições de arcar com as dívidas”, completou o presidente Wenceslau Júnior.